22 dezembro 2011

Município ganha 60 amigos da água

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Alunos da rede pública receberam certificado de multiplicador ambiental e vão ajudar a cuidar dos recursos naturais.
Da Redação redacao@novohamburgo.org (Siga no Twitter)
Cuidar da água é dever de todos. Essa é a mensagem que 60 alunos da rede pública de Novo Hamburgo vão levar à comunidade depois de formados “Amigos da Água”.
Os multiplicadores ambientais, como são denominados pela Comusa – Serviços de Água e Esgoto, responsável pelo curso, receberam seus certificados na última quinta-feira, dia 15, no bairro Roselândia. São estudantes de até 14 anos, como Marcos Corrêa de Paula, 10, que garante ter mudado os hábitos depois das aulas: diminuiu o tempo no chuveiro de 15 para 5 minutos.
O curso é ministrado pela equipe do Laboratório de Educação Ambiental da Comusa. “A intenção é multiplicar o conhecimento sobre os cuidados que devemos ter com o ambiente e o desafio de levar a compreensão de todos sobre as obras de esgotamento”, explica Caroline Manéa, gerente do departamento Socioambiental da autarquia. “Além de investir na recuperação do meio ambiente na nossa cidade, estamos educando as crianças para que tenham uma relação mais sustentável com o planeta”, destaca o prefeito Tarcísio Zimmermann, que esteve na cerimônia de entrega dos certificados.
Os jovens têm aulas sobre tratamento de água e esgoto, redes de esgotamento sanitário, riscos da água poluída para a saúde, dicas de consumo consciente e o papel dos arroios na cidade. Fazem também saídas de campo e visitas guiadas a partir de parcerias com outras instituições. Desde 2009, quando o curso começou a ser oferecido, mais de 400 estudantes da rede pública já foram formados.
No início de dezembro a Comusa lançou a campanha “Garanta água no verão. Economize agora!”, que chama a atenção dos hamburguenses para o baixo nível do Rio dos Sinos diante da escassez de chuva que se abate sobre o Estado. Mutirões visitam os consumidores com materiais informativos. A autarquia aplica também um plano de racionamento que suspende o abastecimento nos bairros, divididos em cinco setores, de segunda à sexta-feira, entre 22h e 4h.
FOTO: Elstor Hanzen / Comusa

FONTE: http://novohamburgo.org/site/noticias/novo-hamburgo/2011/12/19/municipio-ganha-60-amigos-da-agua/, em 19/12/11

20 dezembro 2011

A Poluição que destrói o Guaíba

Fotos tiradas por Ronaldo Bernardi mostram como o Rio Guaíba é afetado com a poluição do Arroio Cavalhada, na Vila do Prado. Cenas chocantes mostram montes de lixo jogados na beira do arroio, que ainda é afetado por esgoto cloacal sem tratamento. Essas cenas podem ser vistas no endereço

Segundo o autor da matéria, cerca de 1,7 mil famílias moram ao redor do arroio. Essas fotos deixam claro que a falta de conscientização, tanto por parte da população como por parte do governo, ainda é um dos principais desafios a ser vencidos para o desenvolvimetno sustentável.

19 dezembro 2011

Uma visão interessante sobre o universo da água

A ÁGUA NA TERRA ESTÁ SE ESGOTANDO? É VERDADE QUE NO FUTURO PRÓXIMO TEREMOS UMA GUERRA PELA ÁGUA?



por Pedro Jacobi



Em vista desta histeria coletiva que se alastra pela mídia mundial contaminando a todos os menos avisados nós resolvemos elucidar uma série de pontos cuja divulgação está causando esta enorme celeuma.

O Alarmismo

O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.

A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água e não pelo petróleo.

Qual o volume de água potável disponível?

Os dados que são utilizados pela mídia mundial são: De toda a água disponível na terra 97,6% está concentrada nos oceanos (tabela 1.1). A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então ouça isso: destes 2,4% somente 0,31% não estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da terra menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo.

Assustado? A realidade não é tão terrível quanto estes números parecem apontar. Em sua grande maioria estes números estão sendo manipulados, por alguns, de forma a criar uma verdadeira histeria coletiva em relação a água.

Local

Volume (km3)

Percentual do total (%)

Oceanos 1.370.000 97,61
Calotas polares e geleiras 29.000 2,08
Água subterrânea 4.000 0,29
Água doce de lagos 125 0,009
Água salgada de lagos 104 0,008
Água misturada no solo 67 0,005
Rios 1,2 0,00009
Vapor d’água na atmosfera 14 0,0009
Fonte: R.G. Wetzel, 1983.
tabela 1.1

O que está sendo feito em relação a isso?

Em decorrência das notícias alarmistas vários países já começam a se preparar para a venda de grandes volumes de água, pensando em lucrar em cima da necessidade dos outros. No Canadá, por exemplo, a preocupação já é com a legislação que não permite a venda de grandes volumes como é feito com o petróleo.

A população se prepara para tempos ruins, onde o consumo de água deverá ser significativamente reduzido. Existe uma tendência mundial de culpar e perseguir aqueles que, mesmo pagando, consomem mais.

Neste relatório iremos fornecer alguns dados, cientificamente embasados, que irão adicionar uma nova perspectiva àquela gerada pelas projeções catastróficas acima.

As reservas mundiais de água

Em primeiro lugar é importante falar que nós Brasileiros, no que diz respeito a água, estamos muito bem, obrigado. O Brasil, Rússia, China e Canadá são os países que basicamente "controlam" as reservas de água fresca mundial.

A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais.

Antes de nos aprofundarmos nesse assunto é muito importante dizer que apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Ou seja a quantidade de água permanece a mesma o que muda é a sua distribuição e seu estado.



CICLO HIDROLÓGICO: clique na foto para aumentar

O causador deste fenômeno é um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo formando os importantes aquíferos subterrâneos, e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta (clique na foto para detalhes).

A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à poluição e à contaminação, nunca devido ao assoreamento como muitos dizem. São estes fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma redução do volume de água aproveitável da Terra.

O Brasil é altamente privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global. Nós temos um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano. Estes números devem ser encarados com uma certa reserva pois a distribuição de água no Brasil, como veremos adiante, também é bastante irregular. A Amazônia, o lugar mais rico em água potável superficial de todo o Planeta está distante dos grandes centros urbanos nacionais.

Conclusão 1: O gerenciamento da água é que deve ser considerado o grande problema e não seu "desaparecimento". Desta forma quando o Governo tenta culpar o usuário pelo consumo excessivo de água está, na realidade, confessando a sua incapacidade em suprir este excesso de água no presente e, possivelmente, no futuro. O cidadão pode e deve evitar perdas desnecessárias do produto, mas não deve, sob hipótese nenhuma, ser responsabilizado pela falta de água. A única forma de inviabilizar a água para o consumo é a contaminação da mesma por poluentes. Portanto cabe, mais uma vez as autoridades criar leis severas que punam exemplarmente aqueles que poluem e contaminam as águas.

Como é consumida a água?

O consumo de água no planeta é que ditará as políticas de gerenciamento da água.

O consumo de água per capita varia de país para país e de lugar para lugar. Alguns exemplos abaixo.

PAÍS

CONSUMO DE ÁGUA PER CAPITA
Escócia

410 litros/pessoa/dia

Estados Unidos/Canadá

300 litros/pessoa/dia

Austrália

270 litros/pessoa/dia

Brasil RJ

140 litros/pessoa/dia

Brasil MG

124 litros/pessoa/dia

Brasil DF

225 litros/pessoa/dia

Brasil Norte

140 litros/pessoa/dia

Na tabela acima observamos que o consumo é significativamente maior nos países desenvolvidos quando comparados ao Brasil. No Brasil o maior consumo per capita é observado no Distrito Federal que é ainda 33% menor que o consumo médio do Canadá.

O principal uso de água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. As águas públicas, que precisam tratamento e transporte tem uma distribuição diferente. Aproximadamente 60% desta água será usada para fins domésticos, 15% para fins comerciais e 13% em indústrias. O restante para fins públicos e outras necessidades.

No Brasil o consumo de água per capita multiplicou-se por mais de dez ao longo do século 20. Mesmo assim existem milhões de cidadãos sem acesso a água de qualidade. Da mesma forma milhões de casas não tem rede de esgotos.

É necessário um investimento significativo, por parte das autoridades, neste setor. Se este investimento não for efetuado, em pouco tempo teremos o caos social derivado pela falta d'água. Neste caso o grande culpado será, mais uma vez, a falta de previsão e de investimentos do setor público e não o cidadão.

Já, nos outros países onde além do problema de gerenciamento existe a falta de reservas de água o problema poderá ser, realmente, gravíssimo no futuro próximo.

A água no Brasil

O nosso país, conforme dito, é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados com exceção dos situados no semi-árido do Nordeste.

Isso não é nenhuma novidade!

O que a maioria não sabe é que existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas contidas nos rios e lagos de superfície. São as reservas dos aquíferos subterrâneos.

A grande reserva Brasileira de água: os aquíferos subterrâneos

Lembre-se que no ciclo hidrológico, uma parte da água superficial penetra nas rochas permeáveis formando vastos lençóis freáticos também chamados de aquíferos.

O maior aqüífero conhecido do mundo, O AQÜÍFERO GUARANI, está localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná e ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2. Este super-aquífero estende-se pelo Brasil, (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 840.000 Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina, (255.000 Km²).

Este aqüífero pode conter mais de 40 mil quilômetros cúbicos de água o que é superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta. Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água Brasileiro estaria garantido , sem reciclagem e reaproveitamento por milhares e milhares de anos...imagine então se fizermos uma reciclagem, tratamento e reaproveitamento eficientes...teremos água para todo o sempre.

Estima-se que por ano o Aquífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas o aquífero será terrivelmente atingido.

A água do Guarani já abastece muitas comunidades nos Estados do Sul-Sudeste do País.

Reservatórios subterrâneos de água potável são conhecidos em todos os terrenos e regiões do Brasil. Mesmo no semi-árido do Nordeste existem gigantescos reservatórios. Somente um deles possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de, no mínimo, 60 anos isso sem reciclagem ou reaproveitamento desta água.

O potencial de descoberta de novos aquíferos, inclusive maiores do que o próprio Guarani é muito grande. É só lembrar que 3/4 dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície Brasileira correspondem a Bacias Sedimentares como a do Paraná. Todas estas bacias contém unidades sedimentares porosas e permeáveis que podem formar excelentes aquíferos de dimensões continentais.

Em sondagens profundas (>400m) na Bacia do Amazonas (PA) podemos constatar esta verdade. Intersectamos um gigantesco aqüífero com artesianismo que até hoje fornece água ininterrupta à comunidade da Transamazônica. Este reservatório, ainda não mapeado, foi intersectado em poucos furos distantes dezenas de quilômetros o que dá uma idéia de seu volume.

Mais interessante ainda é que os aquíferos tem uma água pura, sem poluentes ou contaminantes podendo ser utilizada diretamente para consumo. Em outras palavras uma água barata e pura que não necessita de tratamento.

Conclusão 2: O Brasil tem, provavelmente, as maiores reservas de água do mundo. Estas reservas estão distribuídas em todo o Território Nacional. O mapeamento dos principais mananciais subterrâneos do Brasil deve ser uma prioridade. Mais ainda é fundamental que seja monitorada a qualidade da água que penetra nos aquíferos evitando, por intermédio de pesadas multas, a poluição e contaminação desta água o que pode comprometer um dos maiores bens do País.

Reservas alternativas de água

A única maneira de acabar com a água da Terra é acabando com o planeta.

A água está presente em praticamente todos os ambientes conhecidos. Na atmosfera, na superfície, nos aquíferos subterrâneos, nos seres vivos, nas emanações vulcânicas e também na maioria das rochas.

As rochas da crosta terrestre são ricas em minerais hidratados. Se alguém tiver interesse em calcular a quantidade de água encerrada na estrutura de minerais formadores de rocha verá que o volume é simplesmente imenso. É lógico que , nas condições atuais essas reservas são apenas teóricas, já que o custo da extração desta água será muito elevado e anti-econômico. No entanto esta tecnologia poderá ser útil na conquista de planetas com pouca água como Marte.

Soluções mais óbvias que estão sendo ou serão praticadas em breve são:

Dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda será um produto caro e, naturalmente inacessível a muitos.

Tratamento de águas servidas: No processo de gerenciamento de águas este é um ponto fundamental. Os países mais desenvolvidos estão investindo pesado nesse campo. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e reaproveitamento dessas águas.

Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação.

Por exemplo: somente a água que é precipitada na Grande S. Paulo durante os meses de janeiro a março é superior em volume a todo o consumo desta cidade em um ano. Este exemplo é válido para quase todos os locais onde existem estações chuvosas.



Precipitação média mensal (mm) em São Paulo no período 1961-1990



Conclusão final: A água da terra não está acabando. Na realidade a água da superfície terrestre pode estar aumentando pela adição de água vulcânica. O valor da água deverá aumentar consideravelmente pois existem países carentes que terão que utilizar tecnologias caras ou importar água de países ricos. O Brasil não deverá ter problema de falta de água se os governantes investirem adequadamente no gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição das águas. Evitar a poluição das águas deve ser considerada a prioridade número um dos Governantes.

13 dezembro 2011

Água poluída mata mais que violência no mundo, diz ONU

Anualmente morrem 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos.
Cerca de 2 bilhões de toneladas de água são sujas diariamente.

A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira (22).

"A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras", disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês).

Foto: Magnus  Franklin/Flickr - Creative COmmons by 2.0

Dois milhões de toneladas de resíduos contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente. (Foto: Magnus Franklin/Flickr - Creative Commons by 2.0)


Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes.

O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.

Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.

A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."

O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.

Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.

"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."

10 dezembro 2011

Boas práticas na (re)utilização da água

Poupar água é não desperdiçá-la em consumos inúteis a que muitos se foram habituando ao longo dos anos. Para poupar, consumindo apenas a quantidade que realmente se necessita nas actividades diárias, é essencial corrigir os maus hábitos. Devemos lutar contra a escassez de água, eliminando as situações de desperdício. Neste sentido, seguem algumas orientações ou “boas práticas” para o uso mais eficiente da água:

• Assegure que a máquina de lavar louça só é utilizada quando está cheia.

• Não passe a louça na água antes de a colocar na máquina. As experiências realizadas demonstram que essa pré-lavagem não melhora a eficiência da máquina. Antes de colocar na máquina os pratos, tachos, panelas ou frigideiras, limpe-os com papel. Se necessário deixe-os de "molho".

• Evite lavar a louça à mão. Quando não existe máquina, deve-se encher a pia apenas com a água necessária. Não deixe a água a correr continuamente.

• Reutilize a água que sobrou de cozinhar ovos, chaleiras elétricas, lavar vegetais, etc, para regar as suas plantas.

• Cozinhe os legumes ao vapor em vez de os cozer em água. Além de gastar menos água, conseguirá reter mais vitaminas na comida. Também poderá reutilizar a água de cozinhar vegetais para fazer sopa.

• Verifique o fechamento correto das torneiras após o uso (não deixando a pingar). Se houver fuga e a torneira pingar, conserte-a o mais rapidamente possível.

• Na aquisição de máquinas de lavar louça ou roupa, deverá ter-se em conta os modelos mais eficientes em termos de economia de água e de energia (eficiência A ou B).

• Prefira os banhos de chuveiro aos banhos de imersão (banheira). Uma ducha normal consome 20 litros em 5 minutos, enquanto um banho de imersão consome cerca de 200 litros. Feche a torneira durante o período de ensaboamento.

• Enquanto está à espera da água quente (no banho), encha um balde para depois utilizá-la numa descarga da sua sanita ou na rega de plantas.

• Feche a torneira enquanto escova os dentes ou enquanto faz a barba. As torneiras podem consumir cerca de 8 litros por minuto.

• Nos dias mais quentes, regue as plantas apenas à noite ou de manhã cedo, de forma a se perder uma menor quantidade de água por evaporação.

• Na lavagem do carro não deixe a água a correr. Depois de molhar bem o carro, deve desligar a mangueira ou fechar a água, ensaboando o carro a partir de um balde com detergente. Não se deve lavar o carro ao Sol. Só depois é que se retira o detergente em excesso.

Vídeo: Uso Racional da água

De toda a água existente no mundo 97% está nos mares e oceanos. Ou seja, é água imprópria para consumo. Os outros 3% restantes são água doce. Só que menos de 1 % está disponível para consumo. O uso racional da água e o combate ao seu desperdício são hoje uma preocupação mundial. Alguns estudos de instituições internacionais estimam que até 2025 um terço da população mundial sofrerá com a escassez de água. Ainda que o Brasil tenha 13% de toda água potável do mundo, é preciso economizar e consumir este recurso da maneira mais sustentável possível.

Para falar sobre o uso racional da água, o vídeo (dividido em duas partes) mostra uma entrevista do programa de televisão "Meio Ambiente por Inteiro" com Leodegar Tiscoski, secretário nacional de saneamento ambiental do Ministério das Cidades e Albano Araujo, coordenador de estratégia de água doce da ONG TNC, The Nature Conservancy.


Para assistir os vídeos, clique nos links abaixo:


Parte 1 Parte 2

Por que racionalizar o consumo de água?

A ameaça de escassez dos recursos hídricos tem colocado essa questão centro das preocupações e disputas em todo o mundo. Se não forem tomadas medidas urgentes com relação à degradação ambiental, ao aquecimento global e ao desperdício, em 2025, metade da população mundial não terá acesso à água potável.

O Brasil, que é detentor de 12% das reservas mundiais de água doce, enfrenta um grande desafio: cerca de 70% dos rios em território nacional estão contaminados. Isso porque, dos 54 milhões de domicílios do país, somente em pouco mais de 12 milhões o esgoto recebe algum tipo de tratamento antes de ser despejado nos sistemas hídricos.

Outro entrave é a distribuição de suas águas. Para se ter uma idéia, 80% do volume total das águas estão concentrados na região Norte, que registra a menor densidade populacional do país, 5% dos brasileiros. Ao restante dos habitantes, 95% da população brasileira, compete dividir os 20% das águas disponíveis. Em São Paulo cerca de 3 milhões de pessoas ficam sem água nos períodos de estiagem. Na região Metropolitana de São Paulo a disponibilidade da água é a menor do país (200 m³/hab/ano). A solução para o problema do fornecimento da água à Grande São Paulo está muito distante e exigirá investimentos bilionários.

Segundo o professor da USP Aldo Rebouças, especialista em recursos hídricos, grande parte da solução para crise do abastecimento de água se concentra na economia da água, na criação de uma rede secundária para a água de reuso, do aumento da captação de água de chuva, além da ampliação da rede de tratamento de esgoto.

Contudo, dados mostram que a água de reuso para empresas instaladas em São Paulo, com o objetivo de evitar o uso de água potável nos processos industriais, na irrigação de jardins, resfriamento de caldeiras, etc, ainda é inócua. O desinteresse das indústrias está no fato de não haver uma rede de distribuição de água de reuso. O fornecimento é feito por caminhões, o que não oferece segurança para manutenção da rotina de uma empresa. A situação mais agravante está nas regiões de grande densidade populacional, e segundo especialistas do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP, em São Paulo entre 1999 e 2002, 60% das chuvas ocorreram nos centros urbanos e não nos mananciais, atraídas pelas ilhas de calor formadas pelas excessivas pavimentações e verticalização.

Em São Pedro do Turvo, em São Paulo, foi instalada a medição individualizada, e o consumo caiu em 20%. A região metropolitana do Recife conta hoje com 55 mil apartamentos reformados para a medição individual, com redução de consumo entre 25% a 35% para 5% a 10%. A economia de energia foi de 30%. Tem sido cada vez mais frequente a construção de conjuntos habitacionais inteligentes, com leitura individualizada nos apartamentos. A satisfação dos moradores é alta – cada um paga em média R$ 23,00/mês. E já estudam outras soluções como reuso de água.
Quando em 2004 houve um incentivo à redução de consumo de água com desconto de 20% para quem reduzisse o consumo, os moradores da Grande São Paulo economizaram 1/3 do volume de água do Guarapiranga.

80% das doenças e 30% dos óbitos no mundo são causados por águas poluídas.

De 1900 a 1990 a demanda mundial de água aumentou 6 vezes. Um banho de 15 minutos de ducha de alta pressão consome 1.351 litros. Em um chuveiro normal 240 litros. Se fecharmos o chuveiro para nos ensaboar o consumo seria de 20 litros.

O Hospital Albert Einstein implantou o uso racional de água e teve uma redução da conta de R$ 117 mil/mês para R$ 30 mil.

É importante lembrar que o reuso de água de chuva e da água servida garantem que a água potável seja reservada para o consumo humano, sua destinação natural.

Fonte: Discurso do vereador Aurélio Nomura, autor da lei n° 14.018 - SP, que trata da individualização de água.